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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

[Em 2007]

Sabe, você tem permanecido intacto nos meus pensamentos.
Às vezes eu fico pensando no quanto o ser humano é vulnerável. Você chegou, subtraiu violentamente meus sentidos, roubou minhas palavras sem que eu percebesse, guardou meus pensamentos embaixo da sua cama.Me assusta saber que existe n'algum canto uma pessoa que é capaz de transcrever as minhas palavras, e caminhar os meus passos, e ditar as minhas regras, e sentir todo e qualquer sentimento na mesma intensidade que eu sinto, aqui, longe. Me assusta saber que eu cultivo tudo isso aqui dentro desenfreadamente. Não quero saber onde vai parar. Eu só queria entender por que eu acordo querendo te falar bom dia e durmo precisando te falar boa noite.

Eu sou vulnerável à você.
E quer saber? Eu até gosto.

[Da série: textos engavetados há tanto tempo que já nem me lembrava mais.]

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Andando Por Aí

"Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome..."

Deve ser por isso que hoje levei dois tombos no meio da rua.
DOIS!
É bem verdade que fones de ouvido nos livram da mediocridade da vida ao nosso redor, mas pra pessoas como eu, desastradas por natureza, eles colaboram pra falta de atenção.
Mas ta tudo ótimo. Não perco nada me isolando de um mundo em que as pessoas sequer param um segundo pra perguntar de você está bem depois de um tombo.


"Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?”

Essa música fica linda na voz do Camelo. Aliás, eu tô pra descobrir alguma coisa que fique ruim na voz desse cara.
E eu continuo andando pelo mundo levando tombos, levantando sozinha e ouvindo música boa.

"Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado..."

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Manual Sacana de Sentimentos Equivocados

Mas todas as vezes qυe tento propor υma verdade, eυ sinto qυe pode ser mentira. Vai saber... Eυ gostaria mυito de ter υm exemplo concreto de como se deve escrever υm manυal υniversal, qυe o meυ só me deixa pensar sobre o qυe eυ sinto, mesmo qυando me dizem qυe eυ sinto errado.

[O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente.][Fernanda Young]

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Só Por Hoje

Hoje eu não quero conversas vestidas de uniforme. Diálogos impecavelmente arrumados que não deixam o coração à mostra. As palavras podem sair de casa sem maquiagem. Podem surgir com os cabelos desalinhados, livres de roupas que as apertem, como se tivessem acabado de acordar. Dispensa-se tons acadêmicos, defesas de tese, regras para impressionar o interlocutor. O único requinte deve ser o sentimento. É desnecessário tentar entender qualquer coisa.

Senta perto e me conta o que você sentiu quando viu o mar pela primeira vez e o que sente quando olha pra ele, tantas vezes depois. Se tinha jardim na casa da sua infância, me diz que flores riam por lá. Conta há quanto tempo não vê uma joaninha. Se fica bobo como eu quando encontra uma ‘Maria-dormideira’. Se tinha algum apelido na escola. Se consegue se imaginar bem velhinho. Fala da sua família. Das pessoas que não têm o seu sobrenome, mas são familiares pra sua alma. Fala de quem passou pela sua vida e nem sabe o quanto foi importante. Daqueles que sabem e você nem consegue dizer o tamanho que têm de verdade.

Podemos falar abobrinhas, desde que sejam temperadas com riso, esse tempero que faz tanto bem. A gente pode rir dos tombos que você levou na rua e daqueles que levou na vida, dos quais a gente somente consegue rir muito depois, quando consegue. A gente pode rir das suas maluquices românticas. Das maiores encrencas que já arrumou. Das ciladas que armaram para você e, antes de entender que eram ciladas, chegou até a agradecer por elas. De quando descobriu como são feitos os bebês.

Não precisa ter pauta, seguir roteiro, deixa a conversa acontecer de improviso, uma lembrança puxando a outra pela mão, mas conta de você e deixa eu lhe contar de mim. Dessas coisas. De outras parecidas. Ouve também com os olhos. Escuta o que eu digo quando nem digo nada: a boca é o que menos fala no corpo. Não antecipe as minhas palavras. Não se impaciente com o meu tempo de dizer. Não me pergunte coisas que vão fazer a minha razão se arrumar toda para responder.Ou então,senta apenas do meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu.Às vezes, a gente nem precisa mesmo das palavras.

Pensando...

O Algodão Doce de Hortelã nasceu de um desejo insano de aconchegar meus devaneios em um local seguro.
Nunca gostei desse tipo de exposição e continuo não gostando.
Pra falar a verdade ainda não sei bem pq fiz isso aqui e nem se vai chegar a engatinhar.Mas nisso eu penso depois, o importante é que agora ta feito.